Toda a gente tem a sua história de amor. Toda a gente. Pode ter sido um fiasco, pode ter-se evaporado, pode nem ter tido pernas para andar, pode ter sido só na cabeça, que isso não a torna menos real. Às vezes torna-a mais real. Às vezes vemos um casal, parecem entediados de morte um com o outro e não conseguimos imaginá-los a terem algo em comum, nem a razão por que ainda vivem juntos. Mas não é só o hábito ou indulgência ou conveniência, nada disso. É porque já tiveram uma história de amor. Toda a gente tem. É a única história. 

Julian Barnes, em A única história.