Nunca chegará o fim do mundo
se eu lembrar a tua voz
e depois for lembrada
a minha voz, e muito mais tarde
ainda, fiel memória,
a conjurar as trevas e as fossas,
arrancar do silêncio as imperceptíveis
perguntas dos olhos cegos: onde estás?, onde estás?,
onde estás?, e nenhuma resposta
se erguer na terra
à excepção de uma flor.

Màrius Sampere, em Resistir ao Tempo.