Perto de casa,
parámos para admirar
aquela árvore. 

O que ela fez foi escalar
a sombra
contornando-a com o tronco
(como numa dança)
até encontrar 
a luz.

Então olho-a e sei:
eu sou aquela árvore.
Tu olhas e sabes
que és aquela árvore. 
Os que vierem depois
amanhã ou
talvez noutro século
serão aquela árvore
também.

Enquanto o Sol 
se segurar
lá em cima,
vamos dar sempre
flor.

D.M