Devemos ter cuidado com a forte ligação exclusiva a outra pessoa; não é, ao contrário do que por vezes se julga, prova da pureza do amor. Esse amor exclusivo, encapsulado, que se alimenta de si próprio, sem dar nada a terceiros nem qualquer preocupação com eles, está condenado a ruir. O amor não é apenas o nascer de uma paixão entre duas pessoas; existem infinitas diferenças entre apaixonarmo-nos e mantermo-nos nesse estado. Aliás, o amor é uma forma de estar, é algo que se «dá» e não um estado em que se «mergulha»; é um modo de nos relacionarmos com o mundo e não um gesto limitado a uma só pessoa. 

Irvin D. Yalom, em A Psicologia do Amor.