Horas, horas sem fim,
pesadas, fundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam mudas.

Até que uma pedra irrompa
e floresça. 
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça. 

Eugénio de Andrade, em Primeiros poemas: as mãos e os frutos ; os amantes sem dinheiro.