Tanto tempo tive de alimentar a solidão com o meu sangue, que tenho agora medo de me achar sem sangue entre os teus braços... Ou de neles te encontrar menos do que te encontrava na minha feroz e ardente solidão. 
De tal modo te fundi nela e eu contigo, de tal modo lhe fui rendendo anseios, sonhos, gestos e sinais, que talvez o nosso encontro seja só o de duas nuvens no céu ou de dois desconhecidos na terra. 

Dulce María Loynaz, em Jardim de Outono.