ao interrogá-las em criança.
Perguntei às montanhas por ti
mas poucas vezes me deram
solidão e breve paz.
Porque faltavas, nas longas noites
fantasiei a blasfémia insensata
que o mundo era um erro de Deus,
e eu um erro do mundo.
E quando, perante a morte,
gritei "não" com toda a força,
que ainda não estava acabado,
que muito ainda tinha para fazer,
era porque estavas comigo,
tu comigo ao lado, tal como hoje,
um homem, uma mulher sob o sol.
Regressei porque existias.
Poema de Primo Levi, dedicado à mulher, Lucia Morpurgo.