Protege-nos e guarda o que fomos.
O que nunca ninguém encontrará:
tectos onde deixámos olhares de dor,
vozes que ficaram, caladas, nas paredes.
A casa organiza o futuro esquecimento.De súbito, uma corrente de ar e uma porta
fechando-se com uma pancada seca, como um aviso.
Somos cada uma a sua casa, a que para si ergueu.
E que no fim fica vazia.
Joan Margarit, em Animal de Bosque